tag:blogger.com,1999:blog-35742467261435589332024-03-05T13:31:30.382-08:00DesiderataDesideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.comBlogger38125tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-12771661497642769712013-09-07T01:28:00.002-07:002013-09-07T01:35:23.315-07:00Há vida no Lux!Hoje à hora do almoço aproveitei para ir ao Auchan fazer umas compras - o Auchan é um grande supermercado bem conhecido aqui no Luxemburgo.
Fiz as minhas compritas e quando cheguei à caixa para pagar fui ao encontro de um insólito feliz.
O rapaz da caixa estava a falar com o cliente à minha frente e ajudando-o a compor um embrulho desfeito. O cliente sorriu e agradeceu com um francês com sotaque. Então o rapaz disse-lhe que, se ele preferisse, poderia falar inglês e perguntou-lhe qual a sua nacionalidade ao que o cliente respondeu “german”. O caixa apontou uma bandeirinha alemã que estava pendurada entre outras bandeirinhas de países europeus, e respondeu-lhe que também poderia falar-lhe em alemão, referindo ainda que andava a frequentar um curso noturno de alemão e assim aproveitava a ocasião para praticar. O cliente sorriu com um ar admirativo enquanto ia arrumando suas compras nos sacos. Enquanto isso, eu observava deliciada toda a cena. A expressão admirativa do cliente e a descontração do rapaz da caixa. Finalmente, o alemão disse-lhe um “au revoir” com sotaque e eu avancei porque era a minha vez de pagar. O rapaz passou os artigos no scanner e, no final, repetiu a mesma pergunta "Qual é a sua nacionalidade?" Eu que já ia preparada para isso resolvi entrar na onda de simpatia e baixar as defesas, então respondi-lhe que era portuguesa. Vi instantaneamente o seu ar desolado, olhando para as bandeirinhas onde não constava a bandeira portuguesa, mas não se intimidou, disse-me que embora não falasse bem português conseguia compreender tudo e que até conseguia dizer algumas palavras e aproveitou para contar no seu português esforçado que já tinha ido de férias a Portugal, que conhecia Aveiro, Figueira da Foz, Coimbra e que gostaria muito de voltar a Portugal para conhecer Lisboa. Foi quando resolvi devolver-lhe a pergunta, “e a sua nacionalidade, qual é? “sou peruano", respondeu. Então fui eu que não resisti a contar-lhe que já tinha estado no Peru, e que tinha conhecido muitos lugares bonitos por lá. Tudo isto enquanto ia arrumando as minhas compras nos sacos e efetuava o pagamento. No final eu não resisti a dizer-lhe que achei muito surpreendente e simpática a maneira de ele fazer o seu trabalho e pedi-lhe para que continuasse assim, porque desse modo fazia a diferença. Então ele respondeu “eu sou o caixa, não sou a máquina”, sou humano, lido com seres humanos, preciso humanizar o meu trabalho. Achei lindo e isso fez o meu dia.
A felicidade não é mais, de facto, do que a sucessão de muitos momentos felizes. As vezes só é preciso deixar fluir para que venham ao nosso encontro. Hoje tive um e reconheci-o e a boa disposição perdurou durante todo o dia. Quantas pessoas terão ficado felizes pela mesma razão depois de mim? E quantos momentos felizes estarão fechados dentro de nos à espera de acontecer?...
em tempo: Eu sei que só quem conhece o meio social onde vivo pode entender a dimensão da minha admiração por este simples acontecimento do dia, mas a verdade é que muitas pessoas interpretariam a atitude do rapaz como um intrometimento, "furar a bolha" que protege cada indivíduo. Por isso foi tão surpreendente para mim.
Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-81509158937349347492011-03-26T13:34:00.000-07:002013-09-09T06:13:48.211-07:00Desiderata <br /><br />Go placidly amid the noise and haste,<br />and remember what peace there may be in silence.<br />As far as possible without surrender<br />be on good terms with all persons.<br />Speak your truth quietly and clearly;<br />and listen to others,<br />even the dull and the ignorant;<br />they too have their story. <br /><br />Avoid loud and aggressive persons,<br />they are vexations to the spirit.<br />If you compare yourself with others,<br />you may become vain and bitter;<br />for always there will be greater and lesser persons than yourself.<br />Enjoy your achievements as well as your plans. <br /><br />Keep interested in your own career, however humble;<br />it is a real possession in the changing fortunes of time.<br />Exercise caution in your business affairs;<br />for the world is full of trickery.<br />But let this not blind you to what virtue there is;<br />many persons strive for high ideals;<br />and everywhere life is full of heroism. <br /><br />Be yourself.<br />Especially, do not feign affection.<br />Neither be cynical about love;<br />for in the face of all aridity and disenchantment<br />it is as perennial as the grass. <br /><br />Take kindly the counsel of the years,<br />gracefully surrendering the things of youth.<br />Nurture strength of spirit to shield you in sudden misfortune.<br />But do not distress yourself with dark imaginings.<br />Many fears are born of fatigue and loneliness.<br />Beyond a wholesome discipline,<br />be gentle with yourself. <br /><br />You are a child of the universe,<br />no less than the trees and the stars;<br />you have a right to be here.<br />And whether or not it is clear to you,<br />no doubt the universe is unfolding as it should. <br /><br />Therefore be at peace with God,<br />whatever you conceive Him to be,<br />and whatever your labors and aspirations,<br />in the noisy confusion of life keep peace with your soul. <br /><br />With all its sham, drudgery, and broken dreams,<br />it is still a beautiful world.<br />Be cheerful.<br />Strive to be happy. <br /><br />(Max Ehrmann, Desiderata, Copyright 1952)Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-77494865672579370472011-01-10T09:30:00.001-08:002013-09-09T06:10:42.905-07:00Desiderata<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFKRtsWFbeSFCkGj6nhleIpdDx-vm419kjh2XKV-xXXe3rRF6Kgo7SxuvWljkVXv1YRTCmbURP9VJauPfaalLLuzySb5ifaFl2H-QxWRn80B6ebDQ7Z-Ga-zx5S56OJksO-UzQwXzPkYo/s1600/fotopoema-clarice-lispector.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; FLOAT: left; HEIGHT: 384px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5560610994206416354" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFKRtsWFbeSFCkGj6nhleIpdDx-vm419kjh2XKV-xXXe3rRF6Kgo7SxuvWljkVXv1YRTCmbURP9VJauPfaalLLuzySb5ifaFl2H-QxWRn80B6ebDQ7Z-Ga-zx5S56OJksO-UzQwXzPkYo/s400/fotopoema-clarice-lispector.jpg" /></a><br /><div></div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-74229201730505355552010-12-28T14:31:00.000-08:002010-12-28T14:56:33.344-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirtF31aI7WrrD9nyNCPbUgQKskkjIwh0TUzaFMcB2XtRDHTvcU5hDBCec9TzsEZwh75DoP-Fa9MlGeW-1g3OrP-gcKkkvUdEfCr0ErhbTpYpNum8e6qrWgrYNwrDuFBwjF0LRF02Qe5lk/s1600/18471_411014400690_876290690_10876202_4644694_n.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; FLOAT: left; HEIGHT: 283px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5555864598770768482" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirtF31aI7WrrD9nyNCPbUgQKskkjIwh0TUzaFMcB2XtRDHTvcU5hDBCec9TzsEZwh75DoP-Fa9MlGeW-1g3OrP-gcKkkvUdEfCr0ErhbTpYpNum8e6qrWgrYNwrDuFBwjF0LRF02Qe5lk/s400/18471_411014400690_876290690_10876202_4644694_n.jpg" /></a><br /><div>foto de Catia Coias</div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-48118682894935990082010-12-27T11:18:00.000-08:002010-12-27T11:18:22.858-08:00"Cansaço" - Fernando Pessoa<iframe height="344" src="http://www.youtube.com/embed/CYPWiY0um0c?fs=1" frameborder="0" width="425"></iframe>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-87316614796623680462010-12-13T12:43:00.000-08:002010-12-15T08:52:49.845-08:00Welcome home Alice!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJvipfGts3S_3SeU_4nMlV9YRo2AH3Z_wAinE4CXQUP_ZjvkaEHRC9h6Dw1pmMsPIxjypMkElD8xdRuOTgcMWVHVo4A677RCt4kD3Ho0S22Ra_Lw_2GGbfYW__nKsCkEJtoQMrnMhau8g/s1600/20_07_2008_0537967001216579328_winterwolf_studios.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5550288274728399490" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 270px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJvipfGts3S_3SeU_4nMlV9YRo2AH3Z_wAinE4CXQUP_ZjvkaEHRC9h6Dw1pmMsPIxjypMkElD8xdRuOTgcMWVHVo4A677RCt4kD3Ho0S22Ra_Lw_2GGbfYW__nKsCkEJtoQMrnMhau8g/s400/20_07_2008_0537967001216579328_winterwolf_studios.jpg" border="0" /></a><br /><div>Alice viajou demais.<br />Agora está de volta à realidade, ao seu espaço e ao seu tempo.<br />A viagem deixou-a totalmente sem fôlego... está exausta.<br />Alice está de volta trazendo consigo coisas boas e más, agora vai ter que fazer a triagem de tudo o que trouxe do "País das Maravilhas"...<br />Alice acordou.<br />Primeiro fez uma birra enorme porque queria continuar a sonhar, depois começou a lembrar-se de alguns episódios dolorosos do sonho... ficou muito triste, encolheu-se e ficou quietinha, a chorar durante bastante tempo, no limiar entre sonho e realidade...<br />Mas de repente levantou-se, lavou os olhos e olhou-se no espelho... ainda está um pouco zonza... ainda está a achar tudo meio sem graça à sua volta mas começa já a reparar em algumas coisas boas que antes não conseguia ver e que a fazem sentir-se bem por estar de novo "em casa".<br />Mas... e as emoções?E a magia? E os sonhos?<br />"Deve haver um jeito de viver as coisas com intensidade, sentido e significado, tudo junto e simultaneamente", pensa ela... "preciso de objectividade para que as minhas imersões não se transformem na toca do coelho do País das Maravilhas, pois a vontade é não sair de lá..."<br />"Não quero abdicar do "vôo" mas também não quero perder o caminho para casa", diz para si.<br />"Vou ter que seguir entre vôos picados e mergulhos no abismo, entre quedas espectaculares e piruetas acrobáticas, entre vôos razantes e de reconhecimento... Tenho de aprender a voar com os arranhões e nódoas negras que ficaram de muitas quedas para me lembrar dos meus limites, mas sobretudo preciso de me lembrar do caminho de volta para não me perder nesse transporte..."<br />"Welcome home Alice!" </div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-80294840165236909002010-12-10T16:18:00.000-08:002012-12-10T07:02:24.446-08:00FELIZ ANIVERSÁRIO CLARICE!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-pPjr23HTEob_F2Dw-Ts1a6OkMAsqoLYx0iR13vmUWq1w5SUWG1eZ4ThSncFUbsD9t56yXqpjZGLAO_k-9CtduDrkyJwM8f_aIEtVyD6zt9iIKpVaB4WS-6jx20Bd3yn_EnxVxcUnRyE/s1600/enfim_roteiro_sobre_clarice_pronto_01.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5549228336404701778" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 150px; CURSOR: hand; HEIGHT: 200px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-pPjr23HTEob_F2Dw-Ts1a6OkMAsqoLYx0iR13vmUWq1w5SUWG1eZ4ThSncFUbsD9t56yXqpjZGLAO_k-9CtduDrkyJwM8f_aIEtVyD6zt9iIKpVaB4WS-6jx20Bd3yn_EnxVxcUnRyE/s200/enfim_roteiro_sobre_clarice_pronto_01.jpg" border="0" /></a><br /><div>Se fosse viva, Clarice Lispector completaria hoje, dia 10 de Dezembro de 2010, 90 anos de idade.<br />Neste momento ando a ler uma biografia dela feita por Benjamin Moser e estou a gostar imenso.<br />Lendo sobre suas origens, antepassados e experiência de vida compreende-se melhor porque ela era assim tão original na sua forma de transmitir o sentir. Nada foi um acaso. Vivendo uma infância dificil, rodeada de gente sofrida por causa de uma realidade traumática, a menina Clarice refugiou-se na escrita, suas historinhas mágicas eram a porta para um mundo de fantasia à sua medida.<br />Aos 19 anos publicou seu primeiro livro "Perto do Coração Selvagem". A Clarice mulher era uma mistura de "femme sage et libre" e a escrita era o seu espaço de liberdade, onde se revia.<br />O seu estilo solto, elíptico e fragmentário tornou-se uma marca e surpreendeu a crítica da época ao abordar de forma tão inovadora a problemática existencial.<br />Dizem até que para se ler Clarice Lispector é necessária uma certa preparação psicológica tal é o mergulho que fazemos dentro de nossas almas quando a lemos...<br />De facto, depois de conhecê-la é impossível não render-se à sua escrita indefinida, mágica, mistura de prosa e confissão, discurso íntimo e poesia. Clarice sempre soube resolver os nossos mais secretos medos.... sempre esteve perto da "legião estrangeira" que existe dentro de cada um de nós... nunca encontrei outro autor que soubesse traduzir em palavras essa linha de mistério e fogo tão sub-repticia que é a fronteira entre o sentir e outro sentir... </div><div>Suas palavras marcaram e continuam a penetrar em mim de forma indelével, traduzem a minha alma por isso gostaria de lhe dizer hoje, em jeito de homenagem, Feliz Aniversário Clarice!</div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-32200078999845048522010-10-09T12:48:00.000-07:002010-10-09T13:04:55.296-07:00Por não estarem distraídos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdqZDl_tz7mbqoe9qA2uWMUuNilF0Eod8bZB97Uz_i3QR6rzzqFmbQJYcs_W4IL0z-5MQP4j6Fp2OqqYFugNNkP71zxt1kQaNXGUxc7R49zw3t7N9mKsFDp3yfwZJqAZSMSDYs8AoCpoY/s1600/casal-preto-e-branco-529d83.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; FLOAT: left; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5526139796963444786" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdqZDl_tz7mbqoe9qA2uWMUuNilF0Eod8bZB97Uz_i3QR6rzzqFmbQJYcs_W4IL0z-5MQP4j6Fp2OqqYFugNNkP71zxt1kQaNXGUxc7R49zw3t7N9mKsFDp3yfwZJqAZSMSDYs8AoCpoY/s320/casal-preto-e-branco-529d83.jpg" /></a><br /><div>Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.<br /><br />Clarice Lispector</div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-39047858474435561032010-09-24T10:44:00.000-07:002010-09-24T10:50:50.082-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjurUlsjyHHK5zWY4bxfkkC_qBzMAv0I1w758tvr5EnvhEp_VlZcxwD4HSaXgkcX5r5gJZKlPMQMLurvs58TvvNKP_Qdn9PgPExvUXVQVpA965kFiJ_m_hLEqbxSXj0ha-IPWwWFKpFGho/s1600/capa.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 194px; FLOAT: left; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5520538915557353202" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjurUlsjyHHK5zWY4bxfkkC_qBzMAv0I1w758tvr5EnvhEp_VlZcxwD4HSaXgkcX5r5gJZKlPMQMLurvs58TvvNKP_Qdn9PgPExvUXVQVpA965kFiJ_m_hLEqbxSXj0ha-IPWwWFKpFGho/s320/capa.jpg" /></a><br /><div></div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-26764569383718759772010-09-24T10:08:00.000-07:002010-09-24T10:09:30.045-07:00SAUDADES (História de Menina e moça)<br />DE BERNARDIM RIBEIRO<br />Capitulo I<br />Em que a donzela começa a sua historia<br />Menina e moça, me levaram de casa de meu pae para longes terras. Qual fosse então a causa d'aquela minha levada,—era eu pequena,—não na soube. Agora, não lhe ponho outra, senão que já então, parece, havia de ser o que depois foi.<br /><br />Vivi ali tanto tempo, quanto foi necessario para não poder viver em outra parte.<br /><br />Muito contente fui eu n'aquela terra; mas, coitada de mim, em breve espaço se mudou tudo aquilo que em longo tempo se buscou, e para longo tempo se buscava! Grande desventura foi a que me fez ser triste, ou a que, porventura, me fez ser leda![10]<br />Mas depois que vi tantas cousas trocadas por outras, e o prazer feito mágoa maior, a tanta tristeza cheguei que mais me pesava do bem que tive, que do mal que tinha.<br /><br />Escolhi para meu contentamento (se em tristezas e saudades ha algum) vir viver para este monte, onde o lugar, e mingoa da conversação da gente, fosse como para meu cuidado cumpria: porque grande erro fôra, depois de tantos desgostos, quantos eu com estes meus olhos vi, aventurar-me ainda a esperar do mundo o descanso que êle nunca deu a ninguem!—Estando eu aqui só, tam longe de toda a outra gente, e de mim ainda mais longe; d'onde não vejo senão serras, de um lado, que se não mudam nunca, e do outro agoas do mar, que nunca estão quedas, cuidava eu já que esquecia á desventura, porque éla, e depois eu, com todo o poder que ambas pudemos, não deixámos em mim nada em que pudesse nova mágoa ter lugar,—antes havia muito tempo que tudo era povoado de tristezas, e com razão. Mas parece que, em desventuras, ha mudanças para outras desventuras; porque, no bem, não as havia para outro bem; e foi assim que, por caso estranho, fui levada a um lugar onde me foram ante os meus olhos apresentadas,[11] em cousas alheias, todas as minhas angustias; e o meu sentido d'ouvir não ficou sem sua parte da dôr.<br /><br />Ali vi então, na piedade que tive d'outrem, quam grande a devêra ter de mim, se não fôra tam demasiadamente mais amiga de minha dôr do que parece que foi de mim quem me é a causa d'éla; mas tamanha é a razão porque sou triste que nunca me veio mal nenhum que eu não andasse em busca d'êle.<br /><br />D'aqui me vem a mim a parecer que esta mudança, em que me eu vi, já então começava a buscar, quando esta terra, onde me éla aconteceu, me aprouve mais que outra nenhuma, para vir aqui acabar os poucos dias de vida que eu cuidei que me sobejavam. Mas n'isto, como em outras cousas muitas, me enganei eu. Agora, ha já dous anos que estou aqui, e não sei ainda tam sómente determinar para quando me aguarda a derradeira hora! Não póde já vir longe!<br /><br />Isto me pôs em duvida de começar a escrever as cousas que vi e ouvi.<br /><br />Mas, depois, cuidando comigo, disse eu que recear de não acabar de escrever o que vi, não era causa para o deixar de fazer; pois não havia de escrever para ninguem,[12] senão para mim só. Quanto mais que, em cousas não acabadas, não havia de ser esta a primeira: pois quando vi eu prazer acabado, ou mal que tivesse fim?! Antes me pareceu que este tempo que hei de estar aqui n'este ermo (como a meu mal aprouve) não o podia empregar em cousa que mais de minha vontade fosse:—pois Deus quis que assim minha vontade seja.<br /><br />Se em algum tempo se achar este livrinho na mão de pessoas alegres, não o leiam, que, porventura, parecendo-lhe que seus casos serão mudaveis, como os aqui contados, o seu prazer lhe será menos prazer. Isto, onde eu estivesse, me doeria, porque assaz bastava eu nascer para minhas mágoas, quanto mais ainda para as d'outrem. Os tristes o poderão lêr: mas ahi não os houve mais, homens, depois que nas mulheres houve piedade; mulheres, sim, porque sempre nos homens houve desamor: mas para élas não o faço eu, pois que o seu mal é tamanho que se não póde confortar com outro nenhum. Para as mais entristecer, sem-razão seria querer eu que o lessem élas; antes lhes peço muito que fujam d'êle e de todas as cousas de tristeza, que, ainda com isto, poucos serão os dias que hão de poder ser ledas,—porque[13] assim está ordenado pela desventura com que élas nascem.<br /><br />Para uma só pessoa podia êle ser; mas d'esta não soube eu mais parte, depois que as suas desditas, e as minhas, o levaram para longes terras estranhas, onde bem sei eu que, vivo ou morto, o possue a terra sem prazer nenhum. Meu amigo verdadeiro, quem me vos levou tam longe? Vós comigo, e eu convosco, sós, sabiamos suportar nossos grandes desgostos, e tam pequenos para os de depois! A vós, contava eu tudo. Como vós vos fostes, tudo se tornou tristeza; nem parece senão que estava espreitando já que vos fosseis. E para que tudo mais me magoasse, nem tam sómente me foi deixado, em vossa partida, o conforto de saber para que parte da terra ieis, porque descansariam os meus olhos em levarem para lá a vista!<br /><br />Tudo me foi tirado no meu mal; remedio nem conforto, nenhum houve ahi. Para morrer mais depressa, me pudera isto aproveitar; mas, para isso, não me aproveitou. Ainda convosco usou a vossa desventura algum modo de piedade (dos que não costuma ter com nenhuma pessoa) em vos alongar da vista d'esta terra; pois que, se para não sentirdes mágoas não havia remedio, para as[14] não ouvirdes vo-lo deu. Coitada de mim, que estou falando, e não vejo eu agora que leva o vento as minhas palavras, e que me não póde ouvir a quem eu falo! Bem sei eu que não era para isto a que me agora quero pôr; que o escrever alguma cousa pede muito repouso; e a mim as minhas mágoas ora me levam para um cabo, ora para outro; trazem-me assim, que me é forçoso tomar as palavras que me élas dão, porque não sou tam constrangida a servir o engenho, como a minha dôr. D'estas culpas me acharão muitas n'este livrinho: mas da minha ventura foram élas. Ainda que, quem me manda a mim olhar por culpas, nem por desculpas?<br /><br />O livro ha de ser do que vae escrito n'êle. Das tristezas não se pode contar nada ordenadamente, porque desordenadamente acontecem élas. Tambem, por outra parte, não se me dá nada que o não leia ninguem; que eu não no faço senão para um só, ou para nenhum; pois d'êle, como disse, não sei novas, tanto ha.<br /><br />Mas, se ainda me está guardado, para me ser em algum tempo outorgado, que este pequeno penhor de meus longos suspiros vá ante os seus olhos, muitas outras cousas desejo, mas esta me seria assaz.Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-13148400060986331792010-09-15T11:19:00.000-07:002010-09-15T11:19:42.450-07:00Marisa Monte - Infinito Particular<object style="BACKGROUND-IMAGE: url(http://i3.ytimg.com/vi/2auBh5VrQZM/hqdefault.jpg)" width="480" height="295"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/2auBh5VrQZM?fs=1&hl=en_US"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/2auBh5VrQZM?fs=1&hl=en_US" width="480" height="295" allowscriptaccess="never" allowfullscreen="true" wmode="transparent" type="application/x-shockwave-flash"></embed></object>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-53957389562128917522010-08-01T12:16:00.000-07:002010-08-01T15:50:52.261-07:00Na praia de Sesimbra...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig7Esb9tmRIfjMEPu9UcJuwl3tfV0ubghXR0XTbLfeYwtaFj7EA5xHo7MT4LFUbBgFo2zy8nOrvbi45Ebc1n7ki7u7Pun1pvfIfv40fKO9cMCVK7xpKR6lnlVt9XDB2fUkJjQRPOv5fPE/s1600/por-do-sol-beira-da-praia.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5500528981641550546" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 188px; CURSOR: hand; HEIGHT: 200px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig7Esb9tmRIfjMEPu9UcJuwl3tfV0ubghXR0XTbLfeYwtaFj7EA5xHo7MT4LFUbBgFo2zy8nOrvbi45Ebc1n7ki7u7Pun1pvfIfv40fKO9cMCVK7xpKR6lnlVt9XDB2fUkJjQRPOv5fPE/s200/por-do-sol-beira-da-praia.jpg" border="0" /></a><br /><div>Na praia de Sesimbra reparei no casal deitado à minha frente.<br />Era um casal silencioso...<br />Ela era cega, linda... a ele faltava-lhe uma perna.<br />A protese abandonada ao lado, na areia, também silenciosa...<br />De repente a mulher segredou algo ao ouvido do homem,<br />Ele pegou na protese, aplicou-a com naturalidade na perna que era so coxa e levantou-se.<br />Ela estendeu os braços, de olhos opacos muito abertos e ele ajudou-a a levantar-se, puxando-a pelos braços num gesto seguro.<br />Ficaram parados enquanto ela ajeitava o biquini e depois seguiram, lado a lado, de maos dadas, em direcçao ao mar, tao incompletos e tao complementares...<br />comovi-me.</div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-12680257022337452922010-07-14T13:37:00.000-07:002010-07-16T09:43:45.708-07:00Bumerangue (Bu-me-ran-gue)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibjqnbRV7xuDqTgsfbhyphenhyphenaPEoFs9QBqs2JgawRjwVz1nHlXaVLK46BHutLwTjMnn1OJ_Fp_z8yhCVBA4G1uKxhCGP0EH0Dy5YzVmh7vjSMXv_m9_w-qTCJ4iFOLILBztlzT8AtLf-peD7M/s1600/boomerang.png"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 196px; FLOAT: left; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5493869189032470770" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibjqnbRV7xuDqTgsfbhyphenhyphenaPEoFs9QBqs2JgawRjwVz1nHlXaVLK46BHutLwTjMnn1OJ_Fp_z8yhCVBA4G1uKxhCGP0EH0Dy5YzVmh7vjSMXv_m9_w-qTCJ4iFOLILBztlzT8AtLf-peD7M/s200/boomerang.png" /></a><br /><div>Bumerangue (definição):Arma de arremesso dos primitivos habitantes da Austrália, feita de uma lâmina de madeira dura e curvada, e com a particularidade de voltar para perto de quem a lança, quando errado o alvo...<br /><br />Gosto do bumerangue.</div><div>Não da arma de arremesso, mas do bumerangue objecto-esperança...<br />Objecto-giro esse bumerangue que a gente lança<br />e que depois fica na ponta dos pés... olhar no horizonte... mão na testa a tapar o sol que incide nos olhos... à espera que ele volte e nos traga de volta sonhos perdidos, eco de risos, gente que amamos... ainda que a definição diga que quando ele volta é porque errou o alvo... é porque do outro lado alguém não o conseguiu agarrar...</div><div>Mesmo assim gosto dessa volta ... posso até imaginar que alguém o tenha visto e se tenha, em vão, esticado todo para o tocar... então envia, junto com o bumerangue que se afasta no céu, o seu olhar...</div><div>Acho até que vou procurar um para mim só pelo prazer estético de ficar estática á espera que ele volte... </div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-40834466595038466632010-07-13T13:32:00.000-07:002010-07-13T13:33:59.329-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXqDGpsPIv8t9yvoZX023IwiUpYaZkJovhspHjfV7Cj8g4vUZ9D9qeSXMREUj1F-D2L-FUus298gIweHe6W1XyVXCTT8Jbe3HBMNOAyz137uiVFhZM1zmf1Ngc951FxgIrfTTZ7o2Ej9o/s1600/23641_382227662876_686817876_4176779_7492730_n.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5493491787372229186" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXqDGpsPIv8t9yvoZX023IwiUpYaZkJovhspHjfV7Cj8g4vUZ9D9qeSXMREUj1F-D2L-FUus298gIweHe6W1XyVXCTT8Jbe3HBMNOAyz137uiVFhZM1zmf1Ngc951FxgIrfTTZ7o2Ej9o/s400/23641_382227662876_686817876_4176779_7492730_n.jpg" /></a><br /><div></div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-9523692102751548232010-07-13T13:24:00.000-07:002010-07-13T13:32:23.329-07:00Carlinha, Carlinha... és linho, és linha!<br />Fina seda...! Pura minha!<br />Carlinha, Carminha! -))<br />Caminha, caminha...<br />Luxemburgo é pequena,...<br />Para alma tão gigante!<br />Quatro estações são pequenas,<br />Para esta Carlinha...<br />Ora pois! Que Carlinha que nada!<br />É CARLA NA ESTRADA!<br />É CARLA VOADORA,<br />Que atravessou oceano,<br />Que plantou em mim um plano,<br />Mas este é segredo...<br />Este não vou contar!<br /><br />Deixo Carla curiosa...<br />Quem sabe as quatro estações,<br />Um dia este enredo,<br />Por certo não irá filmar?!?<br /><br />Gláucia Carvalho<br />。。。。。。<br /><br />rsrsrrsrsrsrsrs<br /><br />lovyouuuuuuuuuuDesideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-49785815849453898502010-07-11T08:50:00.000-07:002010-07-13T08:49:49.798-07:00de novo Brasil!!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlju8t0ePbgVpccIEB9LRBAtSI01j3qjIAfm-Z_aM8sVpu6QGxm21gFpx7yvcBsFsJngBd43pkA-l6-SZsWr8AaBzEpI6atG6Vhe30xwk7MsW7nysnDp_8TqR0MW8FS1W1lzlMeAiiABM/s1600/alice-k.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 145px; FLOAT: left; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5492693636743305090" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlju8t0ePbgVpccIEB9LRBAtSI01j3qjIAfm-Z_aM8sVpu6QGxm21gFpx7yvcBsFsJngBd43pkA-l6-SZsWr8AaBzEpI6atG6Vhe30xwk7MsW7nysnDp_8TqR0MW8FS1W1lzlMeAiiABM/s200/alice-k.jpg" /></a><br /><div>Lá fui eu "Alice"... de novo... não por inércia mas por desejo e vontade, à minha wonderland chamada Brasil!<br />Primeiro foi o túnel do tempo e minha viagem mágica que me levou ao auge das emoções... depois foram encontros e desencontros agora foi a constatação de que o passado já passou!! Assim mesmo, com muuuuita redundância! Passou!! E, ao contrário do que pensava, não foi assim tão duro de admitir...<br />Tomar consciência da verdadeira dimensão da realidade dos outros e da minha era algo inevitável... assim, pela primeira vez depois do reencontro com o meu passado brasileiro, pude olhar os amigos e a mim própria descolados do passado... juntamente com a realidade que cada um construiu ao longo do tempo e que é a somatória de passado + tempo de ausência + presente, com a variável "escolhas" aplicável em todos os casos. Coisa quase matemática... resultados quase previsíveis... não fossem os dedos de Deus puxando alguns cordelinhos nos bastidores e surpreendendo...<br />É claro que isto de nos mostrarmos na nossa real dimensão tem os seus riscos... a decepção, o desencanto, a desilusão... mas vale a pena quando serve para confirmar que os nossos sentimentos são incondicionais, que continuamos a amar e a ser amados apesar de... que vamos permanecer unidos ainda que... que afinal somos todos simplesmente, maravilhosamente, irresistivelmente humanos!<br />Para mim o Brasil estará sempre ligado a emoções e a afetos, abraça-me sempre com os seus braços fôfos e envolventes e adoça o meu coração com palavras doces temperadas com sal de lágrimas... e Deus lá, sempre, puxando incessante e amorosamente os cordelinhos nos bastidores... Sinto-me amada!<br />Vou voltar!!</div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-31017423627754986852010-06-19T08:20:00.000-07:002010-06-20T11:12:21.825-07:00Dizemos (por José Saramago)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwP0wwOFOk2zros_QOd4vCjpxdgtf1BQi4RPIIlcQlcSrIudlVZJov8WPTJ3IZZQlx7kEUg8L6B6QtPTpVijW192cm1RL6RMSGU3CiIItiGZXW-M81CY3Skk_OuYFOBWRmZatiqF7WilY/s1600/saramago.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; FLOAT: left; HEIGHT: 310px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5484920252076224306" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwP0wwOFOk2zros_QOd4vCjpxdgtf1BQi4RPIIlcQlcSrIudlVZJov8WPTJ3IZZQlx7kEUg8L6B6QtPTpVijW192cm1RL6RMSGU3CiIItiGZXW-M81CY3Skk_OuYFOBWRmZatiqF7WilY/s320/saramago.jpg" /></a><br /><div>Dizemos aos confusos, Conhece-te a ti mesmo, como se conhecer-se a si mesmo não fosse a quinta e mais difícil operação das aritméticas humanas, dizemos aos abúlicos, Querer é poder, como se as realidades bestiais do mundo não se divertissem a inverter todos os dias a posição relativa dos verbos, dizemos aos indecisos, Começar pelo princípio, como se esse princípio fosse a ponta sempre visível de um fio mal enrolado que bastasse puxar e ir puxando até chegarmos à outra ponta, a do fim, e como se, entre a primeira e a segunda, tivéssemos tido nas mãos uma linha lisa e contínua em que não havia sido preciso desfazer nós nem desenredar emanharados, coisa impossível de acontecer na vida dos novelos, e, se uma outra frase de efeito é permitida, nos novelos da vida.</div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-3294837211521321862010-05-31T02:43:00.000-07:002010-05-31T02:43:23.996-07:00Vengo a ofrecer mi corazon<object style="background-image:url(http://i3.ytimg.com/vi/ZmgVNAK6R9M/hqdefault.jpg)" width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/ZmgVNAK6R9M&hl=en_US&fs=1"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/ZmgVNAK6R9M&hl=en_US&fs=1" width="425" height="344" allowScriptAccess="never" allowFullScreen="true" wmode="transparent" type="application/x-shockwave-flash"></embed></object>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-61482118746458452682010-05-31T01:58:00.000-07:002010-05-31T06:45:33.077-07:00ficar vulnerável...<br />ou pôr grades, portas e trancas e ficar lá dentro no "cocoon"... no escuro, no silêncio... não vivo, não sinto!<br />...escancarar a alma e correr riscos...<br />ficar vunerável... ser "intensa e imensa"... ser total, ser integral...<br />ou então o medo do risco, da perda, da dor...<br />e o tempo... o tempo... o tempo.... o tempo...<br />... o amor já não é um reflexo como ontem...<br />agora há sempre um pedaço de temor, um pedaço de razão...<br />Mas como abrir o peito e tirar a alma?<br />como não oferecer o coração?...<br /><br />CarlaDesideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-73037157090526491642010-05-30T02:31:00.000-07:002010-05-30T02:35:11.761-07:00"Escrever" par Hubert Nyssen"<em>Mais oui, bien sûr, je fais voir dans ces carnets des épisodes de ma vie. Et alors ? J'écris non pour m'en prévaloir mais pour en partager la quintessence. J'écris pour mes proches et pour des inconnus qui proches le sont aussi sans que je le sache. J'écris afin de dire par la description du quotidien les saveurs discrètes de la vie que je traverse, lentement désormais, et pour suggérer que des saveurs de cette espèce existent dans toute vie. J'écris pour me fixer des repères qui me permettent de retrouver des souvenirs et des sentiments que je ne décris pas, j'écris pour en montrer le clair et l'obscur, le doux et l'amer. J'écris pour retenir quelques instants ceux que le torrent emporte. J'écris chaque matin comme si j'allais nager pour reprendre conscience des capacités de mon corps. J'écris pour ne pas perdre l'habitude de nommer ce qui, sans l'être, ferait naufrage dans l'oubli. J'écris, mais souvent j'attends avant de donner à lire. Le temps que je sache, en relisant moi-même, s'il s'agit bien de ce que je voulais écrire."</em><br /><em></em><br /><em>(Hubert Nyssen)</em>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-6295820239246345602010-05-25T14:59:00.000-07:002010-06-19T13:44:13.328-07:00Um violino na pele<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUBPUQbhiJbRj4TuaS1ckcDQDPxWCmJ72KFl9hcoIO13GtHb9K311G-bN3U-tIDyJCB-RDfMsI2McEdNkhsW-MmCsdfvVyDyIh3w9NulRm2XcZLySu8VvriDa9PuupD33SVCBe6-hM56Y/s1600/101_1102.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 238px; FLOAT: left; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5483884865335846578" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUBPUQbhiJbRj4TuaS1ckcDQDPxWCmJ72KFl9hcoIO13GtHb9K311G-bN3U-tIDyJCB-RDfMsI2McEdNkhsW-MmCsdfvVyDyIh3w9NulRm2XcZLySu8VvriDa9PuupD33SVCBe6-hM56Y/s320/101_1102.jpg" /></a><br /><div></div><div>Conheci Anne-Sophie Mutter através de um documentário sobre Karajan. Nesse programa apareceu uma menina a tocar violino que fez vibrar a minha "corda sensível"...<br />Impressionou-me não só a emoção transmitida na música mas também a imagem de Anne-Sophie com o violino em contacto directo com a pele... ao ouvi-la senti um arrepio de emoção, esse tipo de sensação que pertence a uma outra dimensão do sentir... algo que vem de lá, onde só a alma manda...<br />Depois desse "encontro" tenho acompanhado o trabalho da sua Fundação, aqui bem perto do Luxemburgo e sempre que é possível, vou vê-la tocar. Foi o que aconteceu há alguns dias atrás. Anne-Sophie tocou e encantou o Luxemburgo que abarrotou a nova e linda sala da Philamonie. Foi uma festa para os sentidos e para a alma. Anne-Sophie tocou, encantou e surpreendeu o público saindo no intervalo para uma sessão de autógrafos. Claro que eu não perdi essa oportunidade. Ganhei dela além de um lindo sorriso um autógrafo no meu CD. Saí com a alma inchada de alegria e prazer, admirando o meu CD como um troféu! No regresso a casa ouvi-a de novo e pensei que encontros mágicos assim fazem a vida saber ainda melhor.</div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-74816525589694929362010-05-24T09:59:00.000-07:002010-06-20T14:46:18.800-07:00Callas e os índios<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKeFbCi0NaFAZrBDnnUeTT3kb0ZVemppHW0G5p4IDHd2leaFQh8HO53Yxd1xVg7UKuGAiDl4-NFO16bd_LK7alz4-y0dzxNMtUpmtakajCm_j9ydthx5DIoz9os1jyJOqdK71jdXmS3K4/s1600/indio(3).jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 200px; FLOAT: left; HEIGHT: 156px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5484975459416757090" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKeFbCi0NaFAZrBDnnUeTT3kb0ZVemppHW0G5p4IDHd2leaFQh8HO53Yxd1xVg7UKuGAiDl4-NFO16bd_LK7alz4-y0dzxNMtUpmtakajCm_j9ydthx5DIoz9os1jyJOqdK71jdXmS3K4/s200/indio(3).jpg" /></a><br /><div>Há algumas semanas vi na <em>France 3</em> uma reportagem realizada por uma equipe de jornalistas e antropólogos franceses numa tribo de índios brasileiros que vive em estado de isolamento total nos confins da floresta amazónica.<br />Sem me alongar muito com tudo aquilo que me impressionou na reportagem e nas lições de filosofia de vida, de civismo e humanismo que pude retirar ao aprender sobre aquele grupo, gostaria contudo, de realçar algo que me impressionou e tocou profundamente: o encontro daqueles indígenas com a música.<br /><br />Os homens da tribo reuniram-se todos numa das habitações da aldeia onde foi instalado um laptop. No écran do computador iam surgindo imagens do "mundo civilizado"... recordo-me apenas de algumas... guerra, arranha-céus, hamburger, mulheres com burka, neve... só para citar algumas das imagens que apareciam numa ordem arbitrária e que iam provocando em todos as mais variadas reações: espanto, riso, revolta, incompreensão, dúvida, perplexidade, etc... até ao momento em que surgiu no écran a figura de Maria Callas interpretando uma ária.<br />Os risos e os comentários pararam e fez-se silêncio. Todos os índios, adultos e crianças, de olhos pregados no laptop ouviam aquela música estranha.. que não se parecia com coisa nenhuma que já tivessem ouvido antes e da qual não compreendiam uma única palavra mas que ia provocando neles estranhas e indescritíveis sensações... algo inexplicável estava a acontecer no íntimo de cada um e só era visível pelas lágrimas que começaram as rolar nas suas faces.<br />Terminado o pequeno vídeo, alguém lhes perguntou o que tinham sentido ao ouvir aquela música, responderam que, na verdade, não sabiam definir exactamente o que sentiam mas que era algo que não precisava nem de tradução e nem de explicações porque se tratava da "fala" da alma. Disseram mais, "o que aquela mulher com uma voz tão linda e tão sentida cantava só podia vir do mais fundo do seu ser e por isso penetrava nos corações de quem a escutava".<br /><br />Deste lado do mundo, ao assisitir àquele espectáculo de vida onde a alma humana era a protagonista também eu me emocionei e chorei com aqueles índios, em diferido no tempo mas em uníssono no sentir. Afinal somos todos tão parecidos meio às nossas diferenças e rótulos... repeti mais uma vez baixinho e só para mim, as palavras do índio: a música, universal... indescritível... inexplicável... penetrante... é a "fala" da alma...<br /><br />"<em>A música é revelada em nós, mas não por nós. A música brota de nosso coração misterioso, manifestando sentimentos que sequer imaginávamos possuir; digo: hospedar. É por isso que dizem que no coração não se manda. Ora! não se pode mandar naquilo que não lhe pertence. E o coração não pertence ao Homem – ele apenas o carrega, presente dado por Deus. O que do coração procede não é dado ao Homem conhecer, excede todo o seu raso entendimento. E eis que o que procede do coração humano, sai em forma de música.</em>" (G.de Castro)</div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-24091587182275727822010-05-20T13:03:00.000-07:002010-06-03T13:27:37.665-07:00Dia de faxina<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCoU0w-li_FBKykY4Hg51EhyphenhyphenInIjBUIcPpZQri2gXTnaOZdMVxFIVTJNnYVL-s0mOqdG8uENAu_xC0lEUfExH45u6CToZ8iMDDnBBNJrA3HtVcG8UnUSAAQtXMKWY18jTm9tLK94u4Lsk/s1600/Fragmentos_del_pasado.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 240px; FLOAT: left; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5475691267016124626" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCoU0w-li_FBKykY4Hg51EhyphenhyphenInIjBUIcPpZQri2gXTnaOZdMVxFIVTJNnYVL-s0mOqdG8uENAu_xC0lEUfExH45u6CToZ8iMDDnBBNJrA3HtVcG8UnUSAAQtXMKWY18jTm9tLK94u4Lsk/s320/Fragmentos_del_pasado.jpg" /></a><br /><div><span style="color:#660000;"></span></div><br /><div><span style="color:#660000;">(Autor desconhecido)</span><br /><span style="color:#660000;"></span><br /><span style="color:#660000;">(...)</span> <em><span style="color:#660000;">Tirara do fundo das gavetas lembranças que não o edificavam e que, por isso, não queria mais. Deitara fora alguns sonhos, algumas ilusões e papéis de embrulho que nunca havia utilizado. Fizera o mesmo com a raiva e o rancor das flores murchas que estavam dentro de um livro que não lera.<br />De repente ficou sem paciência. Tirou tudo de dentro do armário e deitou no chão: paixões escondidas, desejos reprimidos, palavras horríveis que nunca queria ter dito, mágoas de alguém, lembranças de um dia triste... mas no meio de tanta inutilidade, havia também coisas belas: um bem-te-vi que cantara na sua janela..., um lindo quadro..., aquela lua cor de prata que faz sonhar... um pôr-do-sol... uma música... um poema...<br />Encantou-se e distraiu-se a olhar para cada uma daquelas lembranças.<br />Então, sentou-se no chão para poder fazer as suas escolhas.<br />Num relance, olhou para seus sorrisos futuros e suas alegrias pretendidas e colocou-as num cantinho, bem arrumadas.<br />Deitou no saco do lixo os restos de um episódio que o magoou e as palavras de raiva e de dor que estavam na prateleira de cima foram descartadas no mesmo instante.<br />Outras coisas que ainda o magoavam, colocou num canto para depois ver o que faria com elas... se as esquecia lá mesmo ou se as mandava para o lixo...<br />Abriu aquela gaveta onde se guarda tudo o que é mais importante: a fé, o amor, a alegria, os melhores e mais abertos sorrisos... e ficou um bom tempo a contemplá-los... e como foi bom relembrar tudo aquilo!...<br />Recolheu com carinho o amor encontrado, dobrou direitinho os desejos, colocou perfume na esperança, passou um pano na prateleira das suas metas esquecidas e deixou-as à mostra, para não perdê-las de vista novamente.<br />Colocou nas prateleiras debaixo algumas lembranças da infância, na gaveta de cima as da juventude e, pendurado bem à frente, colocou a capacidade de amar e de recomeçar(...)</span></em><br /><span style="color:#660000;">É hora de fazer faxina... há muito "treco" inútil para jogar fora, há pó a limpar nas prateleiras e gavetas para arrumar, também há coisas para guardar... e recomeçar!</span></div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-86594108733081157352010-05-20T04:11:00.002-07:002010-05-20T04:21:05.511-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAxz7AgLznjPilwYY0GJdkaNSrUPdufwW8jct46l4SW8paAv6w3EJ8qGRDHQ8LnqaoCIXZ9a4sJGeeXvipDNSvrU0RNG8DeIxpXw2-nsgopjR_w1RyJ9M2U8AjoUi7fZjg6DZKslbCYt4/s1600/Jardin-Neuronal-Fragmentos_imagenGaleria.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5473310099347419938" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 215px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAxz7AgLznjPilwYY0GJdkaNSrUPdufwW8jct46l4SW8paAv6w3EJ8qGRDHQ8LnqaoCIXZ9a4sJGeeXvipDNSvrU0RNG8DeIxpXw2-nsgopjR_w1RyJ9M2U8AjoUi7fZjg6DZKslbCYt4/s320/Jardin-Neuronal-Fragmentos_imagenGaleria.jpg" border="0" /></a><br /><div></div>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3574246726143558933.post-62602889230691219172010-05-20T04:11:00.001-07:002010-05-23T14:26:45.041-07:00Magia!!<span style="color:#6600cc;">Todo o mundo tem uma "trilha sonora da vida", "um bouquet de cheiros", "um vitral de fragmentos de imagens", e um "conjunto de sensações tácteis"... e quando, por acaso, de repente, uma dessas coisas revém, não é só uma sensação de dèja vu, é um bocado de nós e de vida que ressona e vem à tona... é magia!...</span>Desideratahttp://www.blogger.com/profile/16729789669648081246noreply@blogger.com0